FARDA NÃO É SÓ PARA MACHO: UM ESTUDO SOBRE PRECONCEITO E HOMOSSEXUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES MILITARES

RESUMO

Este artigo procura refletir sobre como a sistemática discriminação e preconceito em relação orientação sexual homoafetiva nas organizações militares, o que impede o próprio incremento da cidadania plena e fere a dignidade humana, pois torna estruturalmente sancionada a exclusão e a desigualdade social, motivadora do sistemático reforço das estruturas culturais que alimenta o preconceito. A principal questão é demonstrar que os preceitos institucionais, dentro das organizações militares, tem como base histórica o machismo, as tradições a cultura da força que se transfere de geração a gerações. Os direitos fundamentais são violados quando são negados aos homossexuais direitos à dignidade e respeito à diversidade. Assim, será defendida a necessidade da construção de instrumentos capazes de implementar uma política de direito humanos, contribuindo para proteção e a promoção dos direitos desse segmento nas organizações militares, o que significa também, que a política de segurança pública seja afetada de forma  a ganhar de todos profissionais de dignidade para o exercício da cidadania na realização das atividades de segurança e manutenção da pública, independente de sua orientação sexual.

Palavras chaves: Preconceitos, homossexualidade, direito, dignidade.

RESUME

This paper discuss how systematic discrimination and prejudice against homosexual sexual orientation in military organizations, which prevents the proper development of full citizenship and injures human dignity, because it makes it structurally sanctioned exclusion and social inequality, motivating strengthening systematic cultural structures that fuels prejudice. The main issue is to demonstrate that institutional principles within the military organizations, has the historical basis machismo, traditions the culture of the force that is transferred from generation to generation. Fundamental rights are violated when they are denied to gay rights to dignity and respect diversity. It will therefore be defended the need for the construction of instruments to implement a human rights policy and contribute to protecting and promoting the rights of this segment in military organizations, which also means that public security policy is affected in order to gain of all professional dignity to citizenship in the conduct of security activities and public service, regardless of their sexual orientation.

Key words: Prejudices, homosexuality, rights, dignity.

INTRODUÇÃO

Há muito se discute sobre a sexualidade humana, e nos últimos anos essas discussões ganharam novos olhares, questionando uma série de novos valores que remetem a normas sociais que exige o cumprimento ao respeito e aos princípios da dignidade à pessoa humana ou às liberdades individuais, sobretudo ao que diz respeito a sua orientação sexual.
Neste contexto, é muito comum que as inúmeras e crescentes polêmicas que a temática da sexualidade apresenta, busque entender o militar como sujeito de sua orientação sexual.
Entretanto, para melhor esclarecer, a expressão “orientação sexual”, sem discuti-la exaustivamente ou trazer conceitos diversos e científicos, comumente nos remete à afirmação de uma identidade pessoal cuja atração e/ou conduta sexual direcionam-se para alguém do mesmo sexo, do sexo oposto, a ambos os sexos ou a ninguém, o que faz a homossexualidade ser apenas uma das modalidades de orientação.
Independentemente das diversas questões que podem ser suscitadas a partir das demais modalidades de orientação sexual, sem dúvida, a homossexualidade, neste momento, chama atenção frente à temática desenvolvida, pois essa tem colocado em evidente metamorfose valores históricos que são quase que permanentes nas organizações militares, quebrando paradigmas dos códigos morais, ao mesmo instante em que provoca polêmicas no que diz respeito, de forma velada, da homofobia por setores conservadores da sociedade, a exemplo das organizações militarizadas, construídas a partir do ideal estereotipado de masculinidade.
O homossexualismo no ambiente militar, embora haja discriminação e preconceitos, ninguém assume essa postura, de forma direta, gerando, nos que se definem com essa orientação sexual, impactos psicológicos e muita das vezes segregação e desprestigio.
Historicamente as organizações militares surgiram das batalhas, diz respeito a tudo aquilo que faz parte de uma organização autorizada a usar a força, geralmente incluindo o uso de armas de fogo, entre outras. O termo "militar" também é usado para se referir a qualquer propriedade ou aspecto dessas organizações, e funcionam muitas vezes como uma sociedade no seio das sociedades, ou seja, com leis e regulamentos próprios, quase que intocável. Neste aspecto o militarismo remete-nos a masculinidade, a belicosidade ao forte, enquanto que a homossexualidade está associada ao feminino, ao que não faz guerra, trata com carinho, maternidade, ao frágil, portanto deve ser desprezados no seio desta organização, colocado à margem para que não se dissemine como se fosse indisciplina e desonra.
Na construção da cidadania, tendo como base a diversidade e a garantia dos princípios que norteiam a dignidade da pessoa humana, não se pode conviver com um quadro de intolerância no ambiente militar à homossexualidade. Em regra os quartéis constituem uma parte da sociedade e não um mundo à parte. O Estado não pode permitir de forma velada ou explicitamente, os julgamentos de valor acerca das pessoas em função da sua orientação sexual, e especialmente os homossexuais.
Os debates sobre a homossexualidade nas organizações militares, não deve cessar, até que no futuro, se estabeleça uma situação de respeito para os homossexuais em todos os contextos sociais, inclusive no militar, pois, foi assim com as mulheres. O preconceito é próprio dos seres humanos e não seriam os militares imunes. Sabemos que a aceitação da homossexualidade nas organizações militares está longe de se tornar uma questão pacífica, pois, em se tratando da Defesa como função pública, histórica e culturalmente essas funções foram masculinas, embora que timidamente, já pode ser realizada por mulheres, não sendo tolerada aos  homossexuais, a não ser, se velada e silente.
Sabe-se que há muito a ser feito para que a diversidade, como um dos pilares da cidadania nas suas mais variadas formas seja vista como inerente à própria condição humana, em termos de homossexualidade na caserna a construção é ainda mais lenta, pois precisamos remover o passado para viver a diversidade como elemento da dignidade pessoal e profissional, e se falar em dignidade, fala-se no respeito à orientação sexual, inclusive dos homossexuais, devendo ser reconhecidos e tratados de forma igualitária, em seus direitos e obrigações, pois, o respeito à farda, a liturgia do cargo, a manutenção das tradições militares e do trabalho, são inerentes à condição militar e não está ligada a orientação sexual.

HOMOSSEXUALIDADE E PRECONCEITO

A organização militar, sobretudo, as polícias militares, tem como uma de suas funções o combate à violência e a criminalidade. Sua força de trabalho é composta por um conjunto de cidadãos que historicamente, tem formação dentro das tradições ocidentais, que valoriza a masculinidade e reforça o machismo, tendo à cultura ocidental as referências judaico-cristãs que marcaram fortemente aquilo que seria "normal" em termos de prática sexual.
Deste modo temos observado que discurso teológico reforçou a ideia de que a homossexualidade é um ato "contra a natureza", sendo práticas consideradas um atentado ao pudor e a moral ou à opinião pública, acarretando severas sanções, incluindo os castigos corporais.
Hoje mais frequentemente essas sanções são de natureza cultural, ou seja, o preconceito. Nesta linha de pensamento podemos perceber que:

É sabido que a homossexualidade sempre foi vista em diversas culturas sob o ângulo de diferentes prismas, principalmente como alvo de preconceitos e estigmatização a homens e mulheres que assumem comportamentos homoafetivos. Tal fenômeno levou-nos a aguçar a curiosidade cientifica a partir de nossas experiências profissional, já que, trabalhar com policiais militares nos fez observar situações próprias de uma profissão marcada pela virilidade e pelo machismo, pois é característico das policias militares a predominância de uma crença masculina com forte viés estigmatizador (FRANÇA; ANDRADE; 2015).

O ser humano é guiado pela dimensão do desejo e da vontade que, e esta são submetidas a regramento social, ao submetê-los um código de linguagem, elimina-se a pretensão de qualquer compreensão direta de sua finalidade, o prazer e a sexualidade são resultados destas vontades e desejos, assim, temos que:

Ao buscar o prazer, a sexualidade escapa à ordem da natureza e age a serviço próprio “pervertendo” seu suposto objetivo natural: a procriação. Subordinar a sexualidade à função reprodutora é “um critério demasiadamente limitado”, adverte Freud. Isto vem mostrar à biologia, à moral, à religião e à opinião popular o quanto elas se enganam no que diz respeito à natureza da sexualidade humana: a sexualidade humana é, em si, perversa – entendida aqui em seu sentido primeiro: desvio de uma finalidade específica. Ou seja, em se tratando de sexualidade, não existe “natureza humana” pois a pulsão sexual não tem um objeto específico, único e muito menos pré-determinado biologicamente(FREUD; 1972).

Se os indivíduos não são absolutamente capazes de manter controle sobre o desejo e a sexualidade, surge no outro, a ideia do diferente, geradora dos preconceitos, sobretudo no meio das organizações militares, em que se tem a empírica vontade dos comportamentos padronizados.
Entendendo que o preconceito manifesta-se coletivamente ou individualmente, e pode ser de vários aspectos, sendo o olhar de um determinado indivíduo ou grupo sobre o outro, observamos que:

Essa discriminação pode ser racial, religiosa, social, de gênero, e que gera consequências imensuráveis, tendo em vista que as minorias são colocadas à margem da sociedade, privada de direitos que deveriam ser garantidos pelo Estado em observância ao princípio da dignidade humana (FRANÇA; ANDRADE; Op. Cit.).

O principio da dignidade da  pessoa humana é renegado, em razão de que não se garante o direito a diversidade. Mas para os agentes das organizações militares, que estão mergulhados nos valores morais, culturais, religiosos, e nos costumes e tradições que alimenta a vida cotidiana na caserna, a possibilidade de se ter como amigo, colega de trabalho ou dividir o comando  com alguém que tenha se decidido pela orientação sexual homoafetiva, é de fato inaceitável.
O homossexual é a representação do feminino, da fragilidade, da delicadeza, sem a força capaz de reagir, com ou sem armas, na garantia da manutenção da ordem pública.
O pensamento, em regra dos policiais militares, são de preconceito e desconfianças, ao perceber qualquer sutileza uns dos outros, como se pode observar neste trecho:

Tem uns que a gente suspeita né? Tem um ai... (risos) não tenho certeza e nem quero ter (risos), mas ele tirou o serviço dele, deu umas indiretas assim que fiquei por voando, é ou não é? Mas não quero descobrir não (risos). Nunca trabalhei na, mas tem uns oficiais como o sargento disse ai, é suspeito, desconfia de uns (risos), jeitinho no pé, o jeitinho de falar, os olhares (risos), vai formar a patrulha olha logo para o cara dos pés a cabeça, “vem pra cá”. (FRANÇA; ANDRADE; Op. Cit.).

O fragmento revela nitidamente o tratamento preconceituoso que os militares dispensam aos colegas, que por qualquer razão se apresente com menos rigor em suas ações, é comum expressões como “mas não quero descobrir” ou “é suspeito” ou ainda, “não tenho certeza e nem quero ter”, os termo utilizado remete ao desprezo, como se fosse algo contagioso, o um evento criminoso, do qual existe algum suspeito.
Os agentes das organizações militares que assumem ou são reconhecidamente homossexuais, são desprezados, servindo de chacotas ou sendo constantes ridicularizados, com termo que em nada contribui para reforçar a dignidade, somente reforçando o preconceito e a discriminação, pois:

Conheço um cabo V do Conde que o povo diz que ele é goiba, e isso é verídico, têm histórias de praça mesmo ter saído com ele, um cabo que foi embora, ele trabalhou aqui, muito famoso, acostumado a pagar os goibas, os viados também, (...)ele gosta de dá perfume aos clientes dele. Assim a turma fala. Ele é casado, mas a turma diz que ele é totalflex (...) a fama dela aqui vai longe, na companhia. (FRANÇA; ANDRADE; Op. Cit.).

Observa-se que as expressões utilizadas são intencionais, premeditadas, destinadas a perjorar a dignidade dos homossexuais, estimulando o preconceito existente no seio da caserna, embora aqui só se tenha falado da homossexualidade masculina, esse preconceito vai aos extremos quando se trata de homossexualidade feminina, que além do preconceito dispensado, vem as idealizações, o libido imaginário dos “machos” que chegam a expressar esses pensamento, nos momentos, pois abordagens policial, no serviço de rua.

CONSOLIDAÇÃO DA CIDADANIA COM BASE NA IGUALDADE, DIVERSIDADE

Construir instrumentos de garantia e defesa de direitos, buscar a efetivação de uma sociedade que respeite as diversidades, que fundamente suas ações na igualdade é elemento norteador do momento atual em que vivemos em nossa sociedade, estamos vivendo um importante desenvolvimento das liberdades democráticas, que após muita lutar, adorna este inicio de século.
Ao observamos historicamente, percebemos que os ventos das liberdades democráticas tiveram seu nascedouro em 1948, com a efetivação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, cujos princípios vem cada vez mais sendo fortalecido pelos diversos movimentos e ações públicas que buscam políticas afirmativas de direitos de Cidadania, e no Brasil, se consolidou com o advento da constituição cidadã de cinco de outubro de 1988, que  integrou as legislações das sociedades contemporâneas.
As organizações militares como instituição pública que compõe o Estado em sua totalidade, devem buscar o caminho da construção da afirmação da diversidade como política de governo a fim que sejam reduzidos os preconceitos entre os pares nestas organizações, como observa:
Ao afirmar a diversidade como condição humana se está pontuando simplesmente que não se trata de considerar que alguns são diferentes de outros ou que esses “outros” sejam “iguais”, os “corretos” ou adequados diante daqueles que se diferenciam. (...) a diversidade se caracteriza pelo conjunto de distinções que se fazem entre todos os seres. A dinamicidade da realidade humana, seu movimento constante e inacabado, leva a distinções permanentes entre as pessoas. A diversidade vai transformando os padrões que são colocados pelo tempo histórico de cada civilização (FERNANDES; 2004).

As transformações necessária à modificar o comportamento individuais dentro das organizações militares, passam pelo reordenamento do conjunto de ações que norteiam o projeto político pedagógico até chegar a estrutura curricular dos curso de formação  dos  diversos níveis. Assim, criando ações que possibilite o convívio harmonioso dos membros das organizações militares. É a construção de um processo de educar no sentido de que:

O educar se constitui no processo em a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro no espaço de convivência. O educar ocorre, portanto, todo o tempo e de maneira recíproca. Ocorre como uma transformação estrutural contingente com a historia no conviver, e o resultado disso é que a pessoa aprende a viver de uma maneira que se configura  de acordo com o conviver da comunidade em que vive (MATURANA R.; 2009).

A garantia da cidadania plena compreende a garantia dos Direitos Humanos, que inclui a dignidade da pessoa humana e o respeito à diversidade, e estes conceitos são de significação importante, e guardam a interdependência de ideias e práticas.
Compreender estes conceitos é de fundamental, sobretudo se considerarmos que é nas sociedades que foram historicamente marcadas por variadas formas de intolerância, que sofreram processos ditatórios em sua historia recente, veem a implementação dos direitos humanos, da cidadania e, sobretudo, as questões ligadas as diversidades sexuais, de forma ambígua e deturpada da realidade.
A problemática da homossexualidade e o preconceito no interior da caserna, ou seja, em meio às organizações militares, tem sido tema de muitos debates entre os membros, para encontrar uma saída pacifica em relação ao aumento da discriminação e da violência aos membros, pois tal violência pode alcançar além dos muros destas instituições.
Desde os tempos mais remotos a homossexualidade é vista de forma discriminada, principalmente na cultura ocidentalizada, que tem sua tradição religiosa com base nos relatos da Bíblia Sagrada, encontramos no Gênesis, os relatos de duas cidades cujos habitantes tinham comportamento homossexual, e como castigo, Deus destruiu essas cidade.
A intolerância por parte da sociedade aos homossexuais faz com que no interior das organizações militares, os hábitos e desejos sejam reprimidos, por medo do que podem sofrer, como represália.
O século 21, com a participação da sociedade civil organizada, apoio dos governos democráticos, é possível alcançar conquistas, que antes seriam impossíveis, a acepção de alguns direitos civis, o acesso garantido por lei ao mercado de trabalho. Se garantir, dentro das instituições militares, com seus direitos respeitados, é questão de forte embate que os homossexuais tem enfrentado, sendo aceitos nestes grupos, predominantemente machista.
Atualmente é possível perceber que esta luta não está nem perto de terminar, sendo o caminho mais viável para a solução deste conflito  a educação em direito humanos, fundada na dignidade e na diversidade, ensinar que não importa a orientação sexual que o indivíduo tenha, ele deve ser respeitado em todos os seus direitos, sobretudo, no que diz respeito a dignidade e a diversidade.
  
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Escrever sobre o tema foi um desafio, embora tivesse algumas leituras, sou observador participante, nas organizações militares, de todo processo de discriminação e preconceito, formado na mesma escola e sob a mesma estrutura curricular, além de viver em obediência a hierarquia e disciplina e compartilhar as tradições militares, instrumento de forte pressão.
A orientação sexual tem sido a responsável por causar grandes discussões  seguidas de arraigado preconceito. O tema atinge todas as faixas etárias, todas as classe sociais, e porque não dizer, todas as patentes, postos e graduações.
A quantidade da população institucional que assumem orientação sexual homoafetiva é indefinida, devido à discriminação e o preconceito, pouquíssimos tem a coragem de se auto declarar, prova de que a discriminação assombra a nação brasileira.
Deve-se partir da ideia de que todos são iguais perante a lei, tendo total direito sobre sua liberdade de escolha, incluindo a orientação homoafetiva. Ao se ter esse direito negado, é fundamental acionar a Justiça para que a discriminação homofóbica não afete da menor maneira possível a vida das vítimas. Pois, homofobia em meio a instituições militares não se justifica se combate e se constrói a igualdade na diversidade.
Mesmo diante das limitações, resolvi escrever sobre tema tão polêmico, porém real e presente não só nas instituições militares, mas também, em nossa sociedade, na esperança de que o ser o humano seja visto de forma plural, e não como ser individualizado e único, como idealiza o capitalismo de mercado.
Cada individuo tem sua história de vida é moldado pela natureza com estrutura genética particularizada, mas acima de tudo, merece respeito pelas suas crenças, culturas, valores morais e realidade econômica, social, educacional, entre outras, ao elencar esta características, como observador, percebe-se o grau de dificuldades que existem na convivência pacifica com a diversidade. É preciso sair de seus grupos, se colocar como sujeitos e reivindicar  aquilo que lhes é de direito, responsabilizando-se pela construção de sua própria História, buscando tornar-se cidadãos conscientes de seus direitos e deveres.
A homossexualidade nas instituições militares é milenar em existências comportamentais, sociais e culturais. E todo ser humano tem suas próprias angústias existenciais decorrentes do caminhar pela vida, sendo intrínseco do estar no mundo.
O preconceito, a discriminação e a opressão social contra os homossexuais, dentro dessas instituições se apresentam como atitudes cruéis, pois geram sentimentos intensos de desprezo, gerando baixa estima, depressão e muitas vezes, sensação de perda da personalidade.
Caminhamos com muito ânimo para vivermos a diversidade, como agentes transformadores, com papel explícito de modificar a cultura e exercer a igualdade na dignidade, respeitando as minorias que não seguem os padrões "ditados" por uma sociedade capitalista em que prevalece o machismo, mas que encaremos a homossexualidade como elementos da orientação sexual e atributo da liberdade.

REFERENCIAS

FRANÇA, Fabio Gomes. ANDRADE, Nayhara Helena Pereira. POLÍCIA MILITAR, HOMOSSEXUALIDADE E PRECONCEITO: um estudo sobre a efetividade jurídica e a profissão policial. João Pessoa. Ideia, 2015.
FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Rio de Janeiro: Imago: 1972.
FERNANDES, Idilia. A questão da diversidade da condição humana na sociedade. In: Revista da ADPPURS. Número 05. Porto Alegre, 2004.
MATURANA R., Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política; tradução: José Fernando Campos Fortes. - Belo Horizonte: Editora. UFMG, 2009.

* Edson Gomes: Bacharel em Direito. Licenciado em Historia. Especialista em Historia da Paraíba e Brasil e em Direito administrativo e Gestão Pública. Professor de Historia da Paraíba. Lecionou no Colégio da Policia Militar da Paraíba. Instrutor dos Cursos de Formação de Sargentos, Cabos, Soldados do Centro de Educação da PMPB. Policial Militar da Ativa. Conselheiro Regional do Conselho Regional de Enfermagem. Autor do Livro: Entre a História e a Memória, um estudo de caso sobre os Remanescentes Quilombolas no Município do Conde – PB.

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