PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM RECLAMAM DO TRABALHO EXAUSTIVO E DAS DIFÍCIES CONDIÇÕES DE TRABALHO NA PARAÍBA
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Foto: Ilustração |
Os profissionais de enfermagem, sobretudo Auxiliares e Técnicos de
enfermagem, na Paraíba tem enfrentado uma série de dificuldades em suas rotinas
de trabalho. É comum esses profissionais estarem expostos aos limites da exaustão
laborativa, acarretada por difíceis condições de trabalho que lhes são
impostas.
Acrescentem-se as condições físicas do ambiente como a falta de
local adequado para alimentação e repouso e a superlotação em decorrência da
pandemia, os atos de gestão, que vão desde as realocações constantes para
cobrir os setores defasados até o dimensionamento insuficiente. A situação se
agrava com a obrigação imposta de dobras de plantões sem obedecer a legislação vigente
e os baixos salários pagos aos profissionais de nível médio.
Esta é a realidade relatada por diversos profissionais em várias
localidades do estado da Paraíba. Recentemente em matéria publicada em um blog,
um depoimento chamou a atenção, uma técnica de enfermagem de codinome “esperança”
afirmou “Tiraram os ônibus que nós usávamos e com o salário que recebemos, mal
está dando pra pagar as passagens, pois utilizamos às vezes mais de quatro
ônibus pra chegar até aqui (local de trabalho) e ainda recebemos ameaças
constantes pelo atraso” disse ao blog.
O que mais tem contribuído para essa situação de exploração dos
profissionais de enfermagem, especialmente os de nível médio, é a falta de
representação, sem sindicatos que os representes não é possível se abrir mesas
de negociações e apresentar proposta de melhores salários e condições de
trabalho, como já fazem os enfermeiros em alguns casos.
Uma das reclamações constantes que tem chegado ao Coletivo Anna
Nery de enfermagem e ao Comitê de Auxiliares e Técnicos de enfermagem da ABEn-PB é o desvio de função, pois aquelas constante dos editais de contratação, como é
o caso dos profissionais que foram contratados para atender Covid-19 estão
sendo ou foram realocados para outros setores, inclusive com a perda da
gratificação. Como afirmou a profissional MJS “atualmente recebo líquido 1.100
reais de salário, enquanto quem está na ala Covid-19, recebe mais de 2000, é um
absurdo! E nos informaram que o motivo se deu porque recebemos matrículas, por
isso diminuíram nossos salários”.
A enfermagem é uma categoria com cerca de 70% de toda mão de obra
do SUS, mesmo assim é tratada dessa sob ameaças
de represálias, falta de respeito e pressão de gestores, e neste campo, os
Técnicos em Enfermagem são os mais atingidos.
Somente uma fiscalização mais efetiva do Conselho de enfermagem, a
participação dos profissionais nos sindicatos e os sindicatos nas mesas de
negociações, bem como a presença de entidades como ABEn, Coletivos de
enfermagem, Movimentos, Associações e outras representações, atuando na formação e na atualização profissional poderão mudar
este quadro desolador.
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*Jornalista, Auxiliar e Técnico de Enfermagem, Licenciado
em História, Bacharel em Direito.
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