Evidentemente que, vez por outra,
somos surpreendidos com a possibilidade de sermos enganados, ou mesmo, de nos
enganarmos com aquilo que julgamos ser o ideal. As palavras teológicas nos
impõem a libertação pela via do conhecimento da verdade, como assinalou o
evangelista “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).
Mas, diante do império da mentira, como
encontrar luz para verdade? Neste ponto o Salmista aponta a Deus em seus ensinamentos
que “Tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho” (Salmo
119:105). Contudo, os ensinamentos de Deus ou de Cristo se faz presente em
nossa vida pelo via de Pastores – padre, pastores, bispos, diáconos, pregadores
de modo geral, que inspirados ou iluminados por Deus, conduzem os fiéis no
caminho da justiça.
O momento atual é de muita
reflexão, pois embalados pela política, pastores estão guinado seus rebanhos,
não a terra prometida, mas ao arrogo de seus interesses. Cada cristão passa a
ter a responsabilidade de andar na palavra, seguir os ensinamentos de sua
igreja, mas cuidar para não se deixar enganar por falsos profetas e falsas profecias.
É o momento dos cristãos reconhecer o caminho que conduz a luz, que não estão sendo
conduzidas a escuridão e a cegueira.
Muito orientadores espirituais estão
aumentando seus patrimônio material às custa do sacrifício dos fiéis, estão etilizando
a fé de forma lasciva em proveito próprio, para enganar e alcançar poder
terreno. É preciso ouvir o evangelista, que nos adverte, “Se, pois, alguém vos
disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo aí! não acrediteis; porque hão de surgir
falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo
que, se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mateus 24:23-24).
A necessidade do conhecimento da
verdade estabelecida em João 8:32, a palavra de luz do salmista em Salmo
119:105 e a advertência do evangelista em Mateus 24:23-24 é o chamado de Deus
para os fiéis trilhar com cuidado os tortuosos caminhos da fé.
Não inoportuno, que a fé e a ciência
tomem acento em mesmo recanto, Alegoria da Caverna, narrada por Platão em
sua obra A República, trás um diálogo platônico entre Glauco e Sócrates,
que nos remete a uma superioridade do conhecimento racional sobre o
conhecimento empírico, embora deixe de citá-la aqui por completo, chamo a
atenção para o fato de a luz do Sol, na parte externa da caverna simboliza o
conhecimento verdadeiro, a razão e a filosofia enquanto ciência, assim como a
teologia, no que pese a visão terrena.
Quando o prisioneiro sai da
caverna, ele sente-se perturbado pela luz intensa, elemento natural que ele
nunca havia vivenciado, contudo, é importante saber que há uma dor em aceitar a
luz, o conhecimento, a verdade.
Teologicamente também é assim, ao conceber
a verdade, a luz que ilumina os pés, e o caminho que se deve percorrer e, se
antes, se foi conduzido por falsos pastores, falsos profetas, há uma dolorosa
percepção, pois essa luz, como na alegoria da caverna, é uma luz rasga e perfura
a retina, nos impacientando e agitando nosso emocional.
Todo cristão é resistente,
sobretudo por causa do amor, amor ágape, como nas cartas aos Coríntios “Tudo
sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:4-7), no entanto
deve-se entender que isso não significa passividade, mas a capacidade de
suportar os intemperes da vida, a via
crucis dolorosa, sem fugir do mistério da fé, como fez Jesus Cristo.
A caverna de Platão simboliza a saída
da zona de conforto, que as sombras e a caverna representam, pois o engano da
vida comum pode ser confortável, às vezes não queremos nos confrontar com a
verdade, isso porque essa verdade pode ser de início, dolorosa e sacrificante. Muitas
vezes como cristãos não queremos sair da ignorância, o que significa sair da
zona de conforto.
Portanto, para vencer a ignorância
e alcançar a luz, o caminho é conhecer a verdade, embora seja necessário travar
essa lutar interior que, ao mesmo tempo nos obriga a fechar os olhos e viver a
escuridão, também obriga a buscar a luz. Só há salvação na luz.
Vencer a mentira é o caminho de todo cristão, fundamento maior do cristianismo, o que significa encontrar um caminho de paz e união, os ensinamentos dos evangelhos encaminha os cristão a união, a paz e ao amor, porque se deve desejar a “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens e mulheres de boa vontade” (Lc 2, 14). Que o cristão abomine a mentira, e seja instrumento de amor e paz, e que reconheça os falsos profetas, no seio das igrejas pregando ao seu favor e negligenciando a palavra de Deus.
Edson Gomes. Historiador e Bel. em Direito.
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